quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Linhas.



Não sei se me encantei por ti ou por esse laços poéticos que te unem a mim, essa razão que acabo por ter para escrever. Não sei se me encantei por ti ou pela minha letra tremida no papel branco e pela presença de algo que me deixava mais a flor de qualquer pele. Não sei, apenas penso.
Em algumas noites seguro a caneta como quem segura a própria vida e faz do papel um espaço em branco onde se rabisca sentimentos, faço dela um quarto desarrumado porém quente. Te desenho nos cantos da folha afim de que olhando nos teus olhos - que mal consigo desenhar, visto que não tenho talento motor algum – eu possa sentir novamente o sangue fervendo nas veias, porém, com a doçura de um poeta.
Eu já tatuei na alma alguns detalhes que eu não posso me esquecer, anoitei e expliquei no dicionário invisível dos meus pensamentos inoportunos, como aqueles pensamentos que devem ser mentidos em segredo, porque se ditos seriam capazes de fazer tragédia no cotidiano.
Fui trágico nas entrelinhas anteriores sem motivo algum, por ser  poeta, somente por ser poeta eu não poderia falar de sentimento algum sem exagero, se não que graça teria parar os afazeres pra ler monotonias. Que graça teria?
A sofreguidão, a paixão, a felicidade estrondosa, as lágrimas e os sorrisos tende a estar presentes com força em todas as linhas, não seria o poeta diferente caso encarasse tudo com olhar frio, não seria sequer poeta aquele que encarasse com frieza e equilíbrio os traços que deixa em letra tremula na folha em branco. E se não és capaz de entender, porque um dia optaste por se entregar aos braços do poeta?
O céu escuro de uma noite de verão não é lugar confortável para que habitem aqueles sonhos, tire-os de lá, tire-os do mormaço, da chuva que é quase quente, do céu que de tão escuro é quase frio. Tire de lá os sonhos e os entregue a manhã de verão que surgirá após a chuva, em uma espetáculo de cores.
Me dê a mão, não se preocupe com a hora, de tão tarde é quase cedo demais, de tão cedo é quase a hora exata. Não se perca, não se encontre, não se procure! Eu tenho entre os dedos o que você mais deseja, mas não é capaz de admitir.

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