segunda-feira, 4 de março de 2013

Adiante.


Não sou desses meninos aí, que você vê pelas ruas, contando os dados e fazendo cálculos pra saber se podem realmente contar com a sorte. Eu faço as minhas próprias apostas, mesmo que tão calado vez ou outra, eu sou o dono da minha própria sorte.
Já não quero mais dizer por onde andei, não interessam essas coisas que não deram certo, já me preencheram as que deram. Hoje eu acordei e olhei adiante.
Andei com os maços nos bolsos, alguns! Um com cigarros, outros com atitudes, outros com mais um monte de coisas que eu ainda quero levar.
Não me preocupei em amarrar os sapatos, quando eu me cansar de olhar para eles assim, desamarrados eu faço isso. Agora não.
Meu perfeccionismo, por diversas vezes me impossibilitou de sorrir, minha ingenuidade em outras vezes não me deixou enxergar alguns defeitos. Hoje eu aprendi a dar valor exato as coisas. Deixe o tênis desamarrado, mas não deixe o nó do peito pra depois.
Mesmo que essa dor possa ser maquiada, não faça isso. Mais fácil que você tropece nela que nos cadarços, eu garanto.
Ah, e tem mais uma coisa. Eu não ando mais procurando por algo que não depende de mim, esqueça isso! Eu venho procurando pelo que posso tocar, e se eu não posso ao menos sentir o calor, eu me despeço e vou embora. Pela porta da frente, sim, pela porta da frente!
Eu vi um brilho diferente nos meus olhos quando acordei, parecia luz, sim! Era luz!
Esses dias de março vem trazendo manhãs tão cheias daquela neblina da qual eu senti tanta falta. Eu acordo tão mais frio por fora, quente por dentro, bonito de se olhar.
Olhe só, eu não preciso de muito, mas não me contento com tão pouco. Eu não sou mais o mesmo menino de ontem, eu não sou nem tão menino assim.
Ah! Essa minha palidez? Não veja como ruim, não é bem assim. É que eu me escondo do sol, mas saiba, eu ainda sou mais quente por dentro do que jamais fui! Só não gosto do sol me queimando a pele me despreocupando do calor que eu tenho que me preocupar em manter.
Segure as minhas mãos frias nesta noite pós chuva, nesta noite em que o centro do sudeste começa a ter sua temperatura comum, segure as minhas mãos. Só não ouse tocar o coração, ele é bem mais quente do que você pode suportar.

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