Deixei vir o que tinha que ser, eu não era mais tão ingênuo a
ponto de brigar com o destino, rabisquei o papel com as mãos tremulas, mas de
qualquer forma estava mais tranqüilo.
Eu perdi tanta coisa por medo de perder, por ansiedade, por
excesso. Hoje eu espero pela hora exata, andei um pouco recluso, mas me abri
para o mundo novamente. Abri sorrisos sinceros, largos, claros. Estive perdendo
meu sorriso por tanta coisa que eu prefiro não lembrar.
Sorri pra bons amigos, ganhei abraços que eu sei que são
sinceros. Deixei de me aventurar, deixei de entregar tudo aquilo que não é meu.
Eu já toquei tantas outras mulheres e não são as confusões
de qualquer mente feminina que vão me frustrar. Eu tinha me esquecido do
quanto é bom ser menino livre, sem cismas, medos e conformismos.
Eu escrevo no meu caderno de bons pensamentos e coloco ênfase
na liberdade que minhas asas sentem quando tocam o ar, quando alcançam o céu.
Não são as palavras mal colocadas que as pessoas usam que vão arrancar de mim
esse prazer que é voar.
Não me toque com essas unhas de ferro, mulher! Não atravesse
meu peito com essa lança mal direcionada, que nem sabe onde quer chegar. Eu procurei
defeitos em mim inúmeras vezes pra justificar esse teu desleixo com o amor. Se é
que sabes o que realmente é amor.
Hoje me orgulho do menino ingênuo que fui, me orgulho de não
ser mau, me orgulho de ter errado apenas pelo receio, pelo medo e pela
ansiedade. Enquanto me atravessavam o peito lanças cheias de um veneno que
parecia não ter antídoto, que parecia não ter cura.
Mas mudei demais, não sou mais tão ingênuo, não sou nem mais
tão menino. Sinto ter perdido esse lado tão puro, mas era necessário.
Não veja minhas palavras como ofensas, ainda oro pela tua
felicidade, ainda torço por você. Só escrevo pra te dizer que o velho sorriso
voltou para os meus lábios, mas que o menino já não é o mesmo, e também não se
culpa mais por tanta coisa. Hoje é dia de sorrir, sorria também, eu não te
desejo nenhum mal.
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