quinta-feira, 14 de março de 2013

Vôos e canções.





Era impressionante, impressionável. A pegaria nos braços e faria todas aquelas coisas todos os dias, cuidaria daquele jeito que cuidei por pouco tempo que esteve ao meu lado. Colocaria nos braços e levaria como a joia mais preciosa que um dia tive.
Mal sabem as estrelas explicar esses mistérios do amor, como ele se vai e deixa marcas profundas na pele, como tatuagem feita a ferro quente, que deixa relevos e crateras, que deixa marcas e lembranças.
Como tatuagem feita à tinta e agulhas, bonita e eterna com traços suaves e preenchimento forte, colorido. Eterno, enfim.
Guardei pra mim a paisagem dos teus olhos, olhando direto nos meus. O teu sorriso que me era um presente suave e marcante ao mesmo tempo. Tão acolhedor, largo, assim como o meu. Porém mais bonito. Que ironia, o menino do sorriso maldito teria se deixado levar por outro sorriso. O menino  de todas as canções se apaixonou por uma menina cantante e se manteve calado, por um instante foi plateia, cheio de brilho no olhar.
Escreveu canções e mais canções, que assim que se acostumasse um pouco mais com a sua presença e perdesse todo aquele nervosismo, cantaria baixinho no ouvido dela. Assim, como um sussurro, doce, tão doce, tão seu. Faria dela a letra de todas as suas canções.
Incapaz de esquecer caminhou, deixou com que ela respirasse. Sabia que era necessário. Se afastou não por querer, se afastou para que ela fosse livre, já que ela era tão livre não seria ele que a prenderia em seus braços em um gesto doentio. Era incapaz de fazer mal a ela, já que era o que mais queria e mesmo que esse bem a levasse pra longe, ele abriu os braços e deixou-a ir, ir se perdendo no horizonte, cheio de vontade de pedir pra que ela ficasse.
Seja livre meu amor, voe, assim como os pássaros  que são cantantes como você. Vá ver o sol nascer onde bem entender, mas saiba: Se um dia as asas cansarem, se o horizonte te parecer vazio. Aqui está o amor, um amor real, diferente desses que o mundo te mostra todos os dias. Se um dia tuas asas cansarem se entregue novamente os meus braços. Se sinta bem neles, descanse me ouvindo cantar: “ Então deixa eu cantar, pra você dormir e nunca mais acordar do sonho que eu fiz pra ti.”

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