Era impressionante, impressionável. A pegaria nos braços e
faria todas aquelas coisas todos os dias, cuidaria daquele jeito que cuidei por
pouco tempo que esteve ao meu lado. Colocaria nos braços e levaria como a joia
mais preciosa que um dia tive.
Mal sabem as estrelas explicar esses mistérios do amor, como
ele se vai e deixa marcas profundas na pele, como tatuagem feita a ferro
quente, que deixa relevos e crateras, que deixa marcas e lembranças.
Como tatuagem feita à tinta e agulhas, bonita e eterna com
traços suaves e preenchimento forte, colorido. Eterno, enfim.
Guardei pra mim a paisagem dos teus olhos, olhando direto
nos meus. O teu sorriso que me era um presente suave e marcante ao mesmo tempo.
Tão acolhedor, largo, assim como o meu. Porém mais bonito. Que ironia, o menino
do sorriso maldito teria se deixado levar por outro sorriso. O menino de todas as canções se apaixonou por uma
menina cantante e se manteve calado, por um instante foi plateia, cheio de
brilho no olhar.
Escreveu canções e mais canções, que assim que se
acostumasse um pouco mais com a sua presença e perdesse todo aquele nervosismo,
cantaria baixinho no ouvido dela. Assim, como um sussurro, doce, tão doce, tão
seu. Faria dela a letra de todas as suas canções.
Incapaz de esquecer caminhou, deixou com que ela respirasse.
Sabia que era necessário. Se afastou não por querer, se afastou para que ela
fosse livre, já que ela era tão livre não seria ele que a prenderia em seus
braços em um gesto doentio. Era incapaz de fazer mal a ela, já que era o que
mais queria e mesmo que esse bem a levasse pra longe, ele abriu os braços e deixou-a
ir, ir se perdendo no horizonte, cheio de vontade de pedir pra que ela ficasse.
Seja livre meu amor, voe, assim como os pássaros que são cantantes como você. Vá ver o sol
nascer onde bem entender, mas saiba: Se um dia as asas cansarem, se o horizonte
te parecer vazio. Aqui está o amor, um amor real, diferente desses que o mundo
te mostra todos os dias. Se um dia tuas asas cansarem se entregue novamente os
meus braços. Se sinta bem neles, descanse me ouvindo cantar: “ Então deixa eu
cantar, pra você dormir e nunca mais acordar do sonho que eu fiz pra ti.”
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