Não é por acaso, esse embaraço, essa mania de me perguntar. Eu sou
assim mesmo, não faria sentido caso não fosse. A pena na mão, os sonhos nos
olhos, menino no coração. Sou assim, embora o tempo passe, embora tudo mude.
Meus passos certos tem destino, mesmo que eu não saiba qual é esse tal destino.
É outra tarde de verão e a chuva cai na minha janela. Mesmo que
sonolento eu me vejo entre os livros e os sonhos. A minha lei é que a gente tem
que se respeitar, e não passar por cima do que a gente é só pra agradar olhos
forasteiros.
A minha lei diz que só se pode dar felicidade a alguém, ou ao
mundo quando a gente é feliz. (Pensei um pouco sobre isto e notei, aquela chuva
de verão que molhava o rosto do menino fazia dele mais maduro)
A maturidade não está nas amarras, mas sim em se livrar delas, e
a partir daí só se prender por vontade, no auge da sobriedade, pensar mais um
pouco enquanto esfria o café. Sem compulsividade!
Aquelas estações, aquele ano, aqueles dias tinham me mudado um
tanto. Mesmo que com alguma dor eu me levantei, e hoje me encontro assim, mais
forte. Quem sabe mais pronto, mais feliz, mais humano.
Não me olhe com tanta estranheza! Eu nunca deixarei de ser
assim, menino. Mas eu calculo minhas atitudes, porque é delas que vem quem eu
sou. E eu continuo sendo o virginiano, perfeccionista. Embora eu não me importe
mais de fazer o que eu quero. Obviamente sabendo dos riscos, aqueles que eu
aprendi a enfrentar.
O mundo lá fora me espera, e eu abro meu peito de aço pra ele, sem
me importar de sair aranhado. Sobre as conseqüências, eu sei.
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