Hoje
meu mundo reverso, traduzido em verso me atrai. Eu sou também o menino dos
sonhos vãos, do sorriso infantil, dos olhos que brilham sem motivo claro. Eu
sou um menino qualquer que canta canções que não sabe cantar, escreve o que não
sabe explicar, anda por aí sem saber ao certo o que quer.
Mas
já dizia um certo escritor, filosofo moderno, tão complexo e ao mesmo tempo simplório quanto eu: “As pessoas mais interessantes que
eu conheço não sabiam, aos 22, o que queriam fazer da vida.
Alguns dos quarentões mais interessantes que
conheço ainda não sabem.” Sorri um pouco bobo, mas aquelas palavras me
confortaram.
Eu não ligo, e o
tempo passa devagar pela janela da minha sala de estar. A minha busca se
encontra em mim mesmo, em saber o que eu poderia fazer pra me fazer feliz e não
em esperar que chegue alguém e faça.
Tramei viagens
que não fiz, fiz viagens que não tramei – não amarrei os sapatos - fui logo ali e voltei sabendo de tanta coisa,
fui longe e não aprendi nada. Poderia ter sido o contrário, por isso me
arrisquei a ir, ir e descobrir. Ainda não sei onde quero chegar, mas mesmo
assim caminho.
Eu leio livros
sobre finanças e leis, política e astronomia, leio também poesia.
Ah, a poesia me
atrai! É uma certeza cheia de incertezas, assim como eu. Inseguro, vulnerável,
perspicaz.
Eu sou assim,
um rascunho. Eu sou o interminado, com
sorriso no rosto e cicatrizes no corpo e na alma, imperfeito, humano, encantador
ou mesmo tempo que assustador! Tão humano, tão menino!
Eu abro mão dos
sonhos se eu puder morar na realidade por um dia, não mais que isso, eu ainda
tenho muito pra sonhar e por isso, exatamente por isso eu sigo em frente.
Eu sou o imoral
contador de histórias morais, sou navio sem cais, barco sem vela.
E se não sabes me
prever, é porque não sabe ver, nada que
vai além desses meus olhos tão escuros. Além deles eu sou tão transparente, não
é por maldade, é só o jeito mais bonito que eu sei fazer. Com o coração!
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