Sei lá, é como um
desenho mal feito, um rascunho, um rabisco sem intenção alguma.
Eu fecho os olhos e
ameaço voar, ou encontrar o chão, não sei bem ao certo. Eu
completo o chamado e cumpro a pena.
Eu pago pelos mau
feitos, pelos meus defeitos, pelos meus acertos, pelos dias a fio. E
sigo em frente.
Queria eu ser o amor
daquela moça, aquela que caminha sem direção, de beijos suave, de
coração conturbado. Não sabe o que quer, mas me tem nas mãos.
Queria eu a tarde de
inverno, clara, com sol. Fria, bonita, agradável. Queria eu não
contar as horas nem me lembrar de despedidas. Sorrisos sinceros,
porque nas tardes de inverno o calor vem de dentro da gente mesmo.
Esse verão não me faz
bem, caro amigo!São umas queimaduras na pele, o sono mal dormido, a
noite mal passada.
Eu duvido de tanta
coisa, mas não duvido que em uma tarde de inverno, quando o sol
iluminar meus olhos, eu estarei de coração mais tranquilo. Quem
sabe aí ela pense em mim alguns segundos antes de dormir, talvez me
telefone e me peça para aquecer os sonhos dela. Vinho e lareira,
muitos beijos e talvez assim aquele novo grande amor, que eu espero
aqui, parado na linha do tempo, entre um vagão e outro deste trêm
que sempre está a partir e voltar.
Desta vez eu serei
partida e chegada e esses bons ares que fevereiro trará, e que março
confirmará, quando fechar o verão, quando me trouxer o outono, me
façam ver mais adiante. Eu serei um poeta mais vivo, ela será a
razão dos meus versos. E quando o inverno chegar! Ah, o inverno!!!
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