domingo, 18 de janeiro de 2015

Só pra você saber.



E eu nem sabia o quanto doía uma saudade de verdade. Já fazia tempo que eu não me preocupava, mas eu voltei a me preocupar. São tantos planos pra ti, moça de olhos coloridos, pele clara, coração de menina.
Eu me perdi tanto por aí na minha molecagem, cheguei a esquecer de quem era, mas hoje, enquanto carrego no peito tanta saudade eu sei quem sou.
Venho mudando tanto, a cada dia mais. Talvez aquele menino escrevedor tenha realmente se tornado um homem, – antes tarde do que nunca – calçou os sapatos e se olhou no espelho, tendo nos ombros a coragem de ser quem é.
Pra que tanta lamuria, meu amor? A saudade é grande mas o amor também é! E aos poucos eu vou preparando pra gente um mundo do lado de cá.
E eu sou tão feliz, por saber que, no fim de tudo vocês vai estar lá. És o porto mais seguro, embora às vezes pareça tão frágil. E em ti que confio o meu amor, os meus sonhos e todos aqueles meus ditos de poeta.
Segura na minha mão fim de tarde, caminha entre as montanhas cobertas pela grama verde, que só é verde assim do lado de cá – como você sempre diz- que amanhã a gente pega outro voo, outro destino, paga outra passagem e vai andar descalço naquela praia onde tudo começou. O meu tempo é só seu.
Me espera no portão, porque eu chego logo. Deixe as malas sempre prontas, porque nossa casa é a felicidade de estarmos bem onde quer que estejamos, contando que estejamos juntos, contando que nossas mãos se toquem, não interessa se é montanha ou mar.
Faz tanto tempo, e eu me lembro tão bem. Faz pouco tempo mas parece que você sempre esteve aqui. Os meses correram no calendário, como eu corri pra ti. Nenhum outro amor me ensinou tanto, nenhuma outra canção foi tão real.
E o que eu sinto hoje, depois de tudo o que percorremos é resultado da tua alma que pertence a minha, é resultado dos meus desejos que pertencem aos seus.
"-Cê parece um anjo, cê não sabe quanto eu te esperei!" Te esperei perdido entre os meus ditos de poeta, inventando amores para escrevê-los, e veja agora, eu quase não escrevo mais!
Não é falta de sentir, é que de repente eu me lembrei de ser homem prático, simples e feliz. Eu não quis mais ser o poeta matemático, iludido, teórico, vão!
Hoje eu sou feliz se no fim do dia você liga pra dizer que me ama, sou feliz quando durmo no teu colo, sou feliz quando seguras a minha mão.
Tô preparando um cantinho pra você, um cantinho com tamanho de inteiro, com sentido de metade, com gostinho de completo. Tô preparando a minha vida pra você, não que eu não possa fazer isso agora, mas sabe como é? De uma hora pra outra não dá pra preparar uma vida toda e eu já desocupei a metade do armário, o lado esquerdo da cama. O lado esquerdo do peito eu ocupei, enchi de você.
Sabe, qualquer dia eu te trago de vez, pro meu lado. Talvez não seja pro meio das montanhas nem pra perto do mar, mas eu estou planejando e qualquer dia te trago pra junto de mim, onde quer que eu esteja.

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