Sou
eu o teu amor. O teu amor errado, cheio de defeitos, um pouco
explosivo às vezes, tão calmaria em outras vezes. Eu sou o menino
que chora desesperado às tantas horas da manhã aquele medo de te
perder, dependente de você até o último fio de cabelo que se faz
de independente pra não perder o encanto.
Eu
te espero todos os dias no portão, bem cedo cheio de sono, com o
mesmo moletom, com o mesmo sorriso matinal. Até quando sei que você
não vem.
Eu
já tive tantos medos, entre eles o mais dolorido é aquele que chega
quando eu perco o sono, quando você está tão longe, quando as
horas da sua vinda parecem não passar. Quando eu digo coisas pesadas
e quase te perco, quando eu me arrependo e não consigo te ligar, no
meio da noite, coração na mão, e mesmo sabendo que você relevou e
não está chateada. Eu durmo chateado por não poder te pedir
desculpas. Às vezes nem durmo.
Eu
sou o teu amor certo, eu te protejo do mundo entre os meus braços,
você é aquela minha mulher dos sonhos, você é a minha menina.
Eu
não sei quantas vezes disse coisas que não queria dizer nesses
últimos dias, mas eu ando tão perdido enquanto você não vem. Eu
já rasguei o coração diversas vezes na esperança de que dor maior
estancasse o sangue da tua falta. Fui infeliz em não conseguir que
isso ocorresse. Fui infeliz também por tentar.
Eu
aprendi que quando me machuco de proposito também acabo ferindo
você, e é aí que sou injusto, sujo, errado. Eu sou o bom menino
que tem um mundo de sonhos pra realizar do teu lado, eu sou o badboy
de mim mesmo, e consequentemente de você.
Eu
não quero que os sorrisos se apaguem no fim dessa tarde, o sol ainda
nem se foi, e eu preciso que você fique e atravesse a noite, que
fique pro café e pra outra tarde dessas. Em todas elas, pra sempre.
Mas pra isso pra isso eu preciso voltar ao portão com esse sorriso
matinal e te esperar chegar, vestir o mesmo moletom e me encostar no
portal até o dia em que avistarei teu carro virando a esquina e eu
possa abrir pra você as portas do meu mundo real. E aqui menina, eu
sou o mocinho e não vilão. Você sabe.
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