Não é por acaso que
caminho assim, meio sem jeito, no fim desta tarde de primavera, tão
atordoado com o que mudou -tanta coisa mudou- mas feliz por ter
mudado. Ruim é quando as coisas não mudam, inclusive o jeito da
gente caminhar, de pensar, de sentir. Talvez eu entenda melhor sobre
tudo isso.
Há tempos não
escrevo, não é falta de vontade, são turbilhões desconexos que
nas linhas viram confusão, há tempos não escrevo de tanto querer
escrever, é contraditório, assim como a minha história que você
não conhece, assim como o que ocorre longe destas linhas, me deixe
explicar: Se naquele fim de tarde chorei desesperado a falta de mim
mesmo era porque tinha minhas razões, e se me encontro no fim da
noite de uma primavera, com aquele mesmo sorriso, é porque devo ter
encontrado alguma parte perdida de mim, daquelas que faziam falta.
Aquela mulher que
caminha comigo, vezes de mãos dadas, vezes no meu colo, tem sido
como uma gangorra, que me mostra quem eu sou e quem eu quero ser, de
longe eu pareço mais forte que ela, de perto ela vem aprendendo a
ser mais forte que eu. Estamos aprendendo juntos.
Eu já não ligo pra
muitas coisas, e o sono é uma coisa tão normal, já não o perco em
demasia, já não o encontro por teimar, virou amigo fácil, tem me
feito bem sonhar.
Talvez seja a hora de
achar normal tudo isso de ser diferente, penso que todo mundo deveria
ser assim, mas não é só pensar, é ir, abrir as portas, se sentar
para esperar o que que vai dar. Ser feliz é um plano audacioso, que
exige muita coragem, muita vontade. E eu, você, todos nós podemos, é
só tentar.
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