terça-feira, 1 de dezembro de 2015

E aquilo era tudo.

Não era suficientemente triste, nem feliz. Era primavera - ele havia cansado de descrever meses, anos, estações, mas continuava falando as mesmas coisas- sentia no peito algo estranho, uma vontade enorme de voltar a ser quem era, mas agora fora da redoma, fora de sua área de proteção.
Caminhou durante horas em estradas desconhecidas pra averiguar que era realmente algo novo, se debruçou sobre a sua vontade de ir além, e não fez mais nada com ela.
Antes fosse só saudade, amor dado fim, música que escreveu e nunca mais cantou, mas era outra coisa. Ele tinha que aprender sobre ser adulto, capaz, independente.
Fumou mais um cigarro com o pijama de listras, pensou no quanto era bom ser menino, quase voltou pra cama pra dormir por mais três dias e meio.
Não suficientemente satisfeito, se perdeu em caminhos estranhos, mas acabou se encontrando, acabou acalmando o próprio coração a fim de que aquilo fosse tudo. E era.

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