Te escrevo essa carta, não como sinônimo de fraqueza, fraco fui até agora de esconder o que sinto, me negando a me manter firme no que digo. Te escrevo enfim, linhas infinitas, sem censuras, sem pensar.
Escrevo como um menino inseguro, mas ao mesmo tempo com a maturidade que venho aprendendo a ter, e se não te escrevi antes desta forma foi porque te levar ao oito ou oitenta poderia te levar pra longe de mim. Mas hoje eu sei que não és assim.
A bagunça no teu coração, a organização da tua sala de estar, o dito e o não dito misturam em mim algo que eu desconheço.
Eu sou o bom menino das histórias bem contadas, já dolorido pelos amores passados, aprendendo a andar devagar. Você é a menina das decisões afoitas, com a necessidade da pulsação de qualquer sentimento. Doa o quanto doer.
Mas hoje eu queria te dizer que são teus esses meus passos leves, são teus os meus sorrisos quando no no fim do dia não deixo de falar contigo porque quando ocorre parece faltar algo. Parece vazio o adormecer tardio.
São teus também meus sentimentos mais carnais, o desejo afoito, o tesão que vai se guardando. São teus os meus mais loucos pensamentos.
Te escrevo esta carta porque acredito que não lerás até aqui, e se ler guardará pra ti. Escrevo certo de que seria como se falasse comigo mesmo, em frente ao espelho, nu, cansado no fim de um dia estranho.
Te escrevo intrigado pelo que eu não conheço, meio que cansado, com vontade de poder olhar nos teus olhos no fim deste dia nublado. Sem poder.
Te escrevo dizendo que esperaria, escrevo sem dar nome aos sentimentos, mas te dando a certeza que te daria o diferente, aquilo que apesar de intenso saberia ser maduro como eu venho aprendendo a ser. Te protegeria do mal, te cuidaria com atenção, faria das tuas dores minhas.
Te escrevo sem saber se esta é mais uma das cartas que já te escrevi, mas guardei na sala, entre as páginas dos livros, fazendo peso nas prateleiras.
Te envio por pensamento, pra quem sabe a tua energia ler. E sendo assim, se convença que vibramos na mesma frequência.
domingo, 29 de maio de 2016
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Te escrevo autora, para parabenizar a profundidade de sentimentos que possui, dizendo que já senti o mesmo, sem contudo saber expressar tão bem como você o soube. Sua admiradora.
ResponderExcluirTe escrevo autora, para parabenizar a profundidade de sentimentos que possui, dizendo que já senti o mesmo, sem contudo saber expressar tão bem como você o soube. Sua admiradora.
ResponderExcluirObrigada, Jaqueline. Fico feliz quando as pessoas se identificam!
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