terça-feira, 27 de setembro de 2016

E talvez você nem saiba.

Eu não diria ser tão certo, nem tão errado. Eu apenas sinto, sinto e não exijo nada de volta. Sentir não exige reciprocidade, viver aquilo que se sente exige. E não é disso que venho falar.
Te escrevo essas linhas, menina,  sem saber ao certo se lerás.
Queria falar de coisas simples, de como quando por exemplo você sorri. Eu me desmantelo todo quando você sorri. Eu me intimido todo quando você me olha -diretamente ou por cima dos óculos-. A gente mal convive e eu sei de mil minucias suas. Sei de quando ignora fatos notórios pra não pensar neles, sei que acha que se não pensar você pode fingir que não existe.
Eu sei que auto afirma certas coisas pra convencer a si mesma de mil bobagens. Sei que alimenta suas próprias dores trancada nas paredes escuras da sua própria mente pra não saber exatamente quem é. Sei também que saber quem é, é seu maior medo.
Sei que é visceral mas que tenta se conter, mas aí se mistura a um tédio casual que não é teu. Você é tempestade, furacão, desordem e não calmaria. Você se ilude em um jogo de egos. E o pior, é melhor e mais bonita que imagina. E como é bonita!
A tua beleza exótica e comum ao mesmo tempo se mistura dentro da mulher/menina que atravessa a sala com passos firmes. E no fim da tarde chora perdida pelos fardos que carrega. Eu só queria carregá-los contigo, ser o teu esteio, teu pilar mais desinteressado.
Pois é, eu não quero nada em troca, menina! Só esse sorriso ali, na minha zona de visão.
Talvez eu queira mais, mas nada disso tem obrigação de ocorrer.
Dentre outras coisas eu sei que você duvida da sua própria força, da tua própria dádiva de ser luz. Você apaga as luzes por medo de ver o que te circunda.
Você ama, sorri, odeia e chora numa mesma oração. Você escapa e se mantém em si mesma porque a tua maturidade  intelectual se perde na desordem dos teus pensamentos e sentimentos.
Você nem sabe, mas embora eu não seja o teu amor, eu sou, com as coisas mais bonitas que existem dentro de mim o teu amigo mais fiel. É a minha forma mais doce de ser teu. Embora você fuja às vezes, eu estou ao seu lado, afim de que quando pense em anjos eu possa ser algo promiscuo e vulgar mas, o mais próximo de um que você possa ter.
Eu só queria que soubesse que eu estou logo ali, na próxima esquina, do outro lado da tela, da linha, mas do mesmo lado da corda que você, puxando pra ti tudo o que  de mais bonito existe. Eu te envio essas energias, espero que elas cheguem vez ou
outra.
Não se assuste comigo, eu sou só o teu mais fiel amigo, que de longe sente por ti algo maior. Eu não sou outro garoto, eu não preciso aprender sobre ter, possuir, manter. Eu só preciso saber que são seus esses meus ditos mais doces e torcer para que teu coração ande leve, visualizar de perto ou longe e sorrir contigo esse teu sorriso, de onde quer que eu o veja.
E esse sorriso! Ah, esse teu sorriso é o que me cativa, não deixe que nada o apague. Daqui de onde te observo ele é o que recompensa as energias bonitas que te emano, de peito escancarado. Cuide bem dele, ele é o que ilumina a sala toda quando de repente falta luz.

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