segunda-feira, 12 de maio de 2025

Voltar.

Estava cansado. Então atravessou a sala observando os passos de todos os que ali estavam. Cada um preso em sua própria dor. Não julgou, ele também tinha as suas.
Mas dessa vez era diferente, ele decidiu que se livraria de algumas amarras, dentre elas a mania de ser forte, a ignorância da própria intuição. Era menino "escrevedor", havia poesia em acreditar nessas coisas. Destino, intuição.
Acordou mais cedo e um pouco despenteado, fazia frio naquela manhã. Ele se sentiu tudo errado, não havia uma só coisa no lugar. E ele partiu.
Choro preso na garganta, olhar distante. No peito o coração parecia que em algum instante não iria aguentar, como bomba relógio. Não havia lógica naquele despertar.
Talvez, talvez, talvez...
O talvez era tudo o que não queria ser.
Ele tinha os passos certos embora desnorteados. Cambaleante sempre chegava onde queria, seus caminhos tortuosos sempre tinham um destino.
O menino do sorriso maldito, conquistador de dores. Queria descansar.
Atravessou a sala observando os olhos daqueles amores que nunca foram seus. E voltou ao seu lugar.

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